terça-feira, 29 de março de 2016

Fichamento #2 - Google Marketing

Muito apesar de ter sido originalmente escrito em 2007, o que dá uma perspectiva ao leitor de parecer desatualizado, o livro Google Marketing: O Guia Definitivo do Marketing Digital, de Conrado Adolpho Vaz, traz à memória alguns conceitos esquecidos e prevê técnicas que atualmente estão à tona no mundo digital.

O jovem Vaz, engenheiro aeronáutico pós-graduado em economia, escreve um verdadeiro guia de auto-ajuda sobre como sobreviver à era digital, aplicando conceitos do marketing. Básico, mas, como o próprio autor ressalta no livro: tem gente que esquece!

O autor destaca que o marketing digital ainda recebe (recebia? - o livro é de 2007, lembre-se disso!) baixos investimentos, e que as causas disso são:

1. O medo dos anunciantes em investir na web, com medo de que a bolha de supervalorização dos papéis (ações) das empresas virtuais estourasse, como o que ocorreu no início dos anos 2000;
2. O fato de que não há (havia?) muitos estrategistas para esse ambiente de mercado, e os empresários ainda vissem a internet como sinônimo de "site", não necessariamente como uma alternativa de mídia;
3. A penetração da internet no país, que, apesar de não ser tão baixa quanto à época em que o livro fora escrito, ainda é concentrada em um público de maior renda.

O autor ainda destaca uma mudança drástica na percepção do ambiente de internet, enquanto local de investimento por parte dos anunciantes: é que esse ambiente requer uma mudança nos paradigmas comunicacionais até então praticados pelas empresas. Comunicar pela internet requer um reforço extra sobre a mensagem a ser transmitida, e essa mensagem deve ser pensada diferenciadamente daquela veiculada nas mídias tradicionais.

"Na internet, a propaganda dá lugar à publicidade, o marketing de interrupção dá lugar ao marketing de relacionamento e de permissão, a forma dá lugar ao conteúdo, a via de mão única dá lugar ao diálogo e à participação, o corporativo ao flexível e orgânico, a ‘campanha’, à idéia, o marketing de massa ao relacionamento com o indivíduo, os segredos da instituição, à transparência absoluta e a empresa cede lugar ao consumidor."

A internet, para Vaz (2007), é um meio de alta interatividade, que define três agentes principais na veiculação da mensagem: locutor, interlocutor e meio. Esse "meio" possibilita a formação de uma inteligência coletiva formada pela interconectividade - e que o entendimento de como age essa inteligência coletiva e da influência dela sobre seus agentes é fundamental para o sucesso dos investidores.

Para atuar nesse meio, segundo o autor, é preciso recriar a empresa digitalmente. Ou seja, mudar o paradigma de comunicação da empresa, e não apenas transferi-lo para uma versão digital do negócio.

Web 2.0

Vaz (2007), top-amante do Wikipedia, resolve copiar e colar a definição de Web 2.0 no seu livro, a qual eu, autora deste humilde blog, resolvo re-copiar e colar aqui:

"Web 2.0 é um termo cunhado em 2003 pela empresa O’Reilly Media para designar uma segunda geração de comunidades e serviços baseados na Web, como wikis e redes sociais. (...) Embora o termo tenha uma conotação de uma nova versão da Web, não se refere à actualização nas suas especificações técnicas (que pena!), mas a uma mudança na forma como ela é encarada por utilizadores e designers."

A Web 2.0 está sendo vivida agora, nesse exato momento, enquanto eu escrevo esse post e como uma maçã entre uma frase e outra: é esse ambiente que concede participação ao usuário, que pode ser moldado e enriquecido por ele através de comentários, avaliação, personalização... Hello-oh, nós já fazemos isso, Vaz! Mas muitas empresas não, e é aí que o querido autor tem razão: para sobreviver à internet, uma empresa tem de ser capaz de ofertar aos seus usuários comunicação, informação, entretenimento, interatividade (e eu incluiria aí a tal da relevância, mas como eu sou uma mera estudante, vou ficar calada...)

Isto tudo porque os consumidores, segundo Vaz, querem ter capacidade de escolha e flexibilidade, opiniões isentas e objetivas advindas de pessoas comuns. Ou seja, não adianta ter a Juliana Paes falando do Bradesco Prime na TV e na rádio se o meu best-friend odeia os serviços daquele banco. Além de serem encontráveis, as empresas deve estar à eterna disposição dos seus clientes. Ou seja: o seu cliente é o seu maior ativo. Nos novos modelos de negócio, é ele quem gera informação, que irá lhe ajudar na tomada de decisões e no posicionamento da sua marca; que irá fazer com que sua empresa reduza custos, e que, se gostar de você, será seu amigo pra sempre. Aquela antiga contabilidade já era: riqueza, mesmo, está com o cliente.

As novas características que definem o mercado

Vaz ainda lista características que definem esse novo universo digital, e para começar a pensar esse ambiente, para o autor, é preciso que as pessoas invertam a lógica, e "pensem localmente para agir globalmente". Isso porque precisamos de capilaridade: o público de internet é mais crítico, é mais jovem e tem boa formação, tem melhor poder aquisitivo e de formação de opinião. Ou seja, é um público difícil de ser convencido de maneira tradicional. Mas vamos às dicas do autor.

- Seja simples: ou seja, exato e bem elaborado com a sua mensagem;
- Seja ético: é o básico, é uma questão de responsabilidade;
- Seja "encontrável": porque num universo caótico de concorrência, ser relevante vale muito;
- Ponha o consumidor no início da sua cadeia de valor;
- Crie relacionamentos, pois o seu cliente quer fazer parte daquilo que ele quer adquirir;
- Renove-se diariamente, porque, como já diria Cazuza, "o tempo não pára...".



Referência:

VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing: o seu guia definitivo de marketing digital. São Paulo: Novatec Editora, 2007.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Fichamento #1 - A Cauda Longa

"Mais uma vez, a dificuldade em observar o firmamento é olhar para o lugar certo,
no momento certo, para assistir aos fenômenos mais interessantes,
como asteroides ou evolução estelar. E menos uma questão do tamanho
e do preço do telescópio e mais uma questão de quantos olhares
estão voltados para o céu, com os instrumentos certos, em determinado instante."


Já tinha um tempo eu li alguns capítulos do livro A Cauda Longa, de Chris Anderson. Hoje, como a atividade da disciplina de Produção Publicitária em Meios Digitais de realizar um fichamento da obra, me vejo às voltas com os capítulos 1 e 5 deste livro.

O engraçado é que o livro, lançado em 2006, já parece meio outdated para os tempos atuais. Traz conceitos que já nos parecem tão lugar comum (afinal, já são 10 anos do lançamento do livro, hein), mas cabe trazer à tona algumas constatações do autor, principalmente no que tange as relações de produção x consumo, oferta x demanda, coisas que muita gente por aí insiste em não revisar. Pois bem, depois não reclamem se seus negócios não deram certo. ¯\_(ツ)_/¯

Chris Anderson parece ter um certo gosto pela análise do mercado digital. Aliás, é editor-chefe da Wired Magazine, uma revista americana sobre tecnologia, design e mercado digital. Fraco não, o moço. Em A Cauda Longa, ele analisa mercados online, lançando estatísticas periódicas de vendas desses mercados comparados ao mercado varejista convencional (lojas físicas) sob uma perspectiva probabilística. Esses dados são colocados em uma curva gráfica (curva de Pareto), onde ele chega a algumas conclusões - as tais que eu falei que já parecem old school para a nossa atual realidade. Mas que conclusões são essas? Vamos a elas.

Seleção irrestrita

Segundo o autor, seja, por motivações econômicas, ou de agenda setting, somos induzidos à um universo homogeneizado de opções. Mas as oportunidades de criar demanda sobre produtos extrapolam essas motivações, e isso foi observado pelo autor quando informações de compra em tempo real foram cruzadas com tendências de compra do consumidor em uma loja online. Essas tendências se revelaram através da busca pela opinião de outros consumidores sobre os produtos nessa loja online.

Nessa pesquisa, é que o autor chega à conclusão que guia todo o livro: o mercado de consumo de hits (ou seja, produtos aceito em massa) chega a ser equalizado pelo mercado de nicho (a tal Cauda Longa, ou seja, os demais produtos na curva de consumo).

A Cauda Longa
A Cauda Longa


A tirania da localidade e a maioria oculta

Segundo o autor, uma restrição do mundo físico é a própria física. A capacidade de armazenamento de bens de consumo. Os varejistas se interessarão apenas pelo conteúdo capaz de gerar demanda suficiente para pagar os custos de estocagem. Para sanar isso, a indústria de entretenimento aposta em grandes sucessos. Os sociólogos, para Anderson (2006), diriam que os hits são inerentes à psicologia humana — que são o efeito da combinação de conformismo e divulgação boca a boca. No entanto, o próprio autor desvenda que somos atraídos pelas variantes quanto mais exploramos alternativas. Esse é o tal mercado potencial.

É superando as barreiras físicas onde se encontram os mercados novos. Esses mercados novos, que são numerosos, quando multiplicados por um baixo número de volume de vendas, ainda resultam em um alto número - o faturamento marginal, que pode ser um negócio eficiente e eficaz em relação ao custo (olha a teoria da Administração aí, gente!)

Anderson (2006) é ainda mais otimista quando diz que interligando oferta e demanda, toda a natureza do mercado muda qualitativamente, e se revela uma demanda por conteúdo não-comercial (a Cauda Longa que ele tanto defende).

Os novos produtores (amadores)

Foi com um extrato sobre o amadorismo que abri esse texto. Na verdade, creio esta ter sido a grande visão de Chris Anderson quando ele fala sobre a Cauda Longa. A democratização dos meios de produção também criam novos mercados, pois somos, ao mesmo tempo, colocados na condição de consumidores e produtores. Entretanto, ele mesmo questiona sobre as questões de qualidade na natureza do conteúdo contido na Cauda Longa - que é variável e diversa.

A economia da reputação

Produtores amadores criam sem propósitos comerciais. Há, portanto, uma inversão da indústria cultural: a criatividade é supervalorizada perante os custos de produção e distribuição. E, por fim, mais uma vez cito o autor:

"(...) produtores de todos os tipos, que começam na cauda,
com poucas expectativas de sucesso comercial, podem dar-se ao luxo
de correr riscos, pois têm menos a perder.
Não há necessidade de licença prévia, de plano de negócios
nem mesmo de capital. As ferramentas da criatividade agora são baratas
e, ao contrário do que imaginávamos, o talento se distribui
de maneira mais dispersa."


Assim, a Cauda Longa talvez se transforme na área crucial da criatividade, lugar onde as ideias se formam e se desenvolvem, antes de se transformarem em sucessos comerciais.



Referência:

ANDERSON, Chris. A Cauda Longa: do Mercado de Massa para o Mercado de Nicho . São Paulo: Ed.Campus, 2006.

terça-feira, 22 de março de 2016

Drops & Pickles



Vamos lá ver como eu me saio nessa saga blogueira...


Escrever fez parte da minha vida desde a infância, até uns 2 anos atrás - quando eu decidi jogar fora todos os meus cadernos que só ocupavam espaço e acumulavam mofo nas caixas plásticas guardadas debaixo da minha cama. Hoje sinto falta dos meus escritos. Mas todo carnaval tem seu fim, não dá pra voltar no tempo.

Escrever é uma delícia. No entanto, queria poder escrever mentalmente e guardar tudo na memória pro resto da vida. Maldita tecnologia. Sócrates mesmo já dizia que o ato de escrever era a nossa ruína, que diminui a nossa capacidade de memória e não gera conhecimento. Sócrates, que inclusive não deixara nada escrito, parecia ser meio revoltado... mas acho que ele tem um fundo de razão. Quem sou eu, a moça que rasga caderno, pra dizer alguma coisa?

Aliás, a moça-que-rasga-caderno atende pela alcunha de Sandra Costa. É bacharel em Administração e graduanda em Publicidade e Propaganda, ambos pela Universidade Federal do Ceará. Pós-graduanda em Comunicação e Cultura de Moda pelo Centro Universitário Estácio/FIC. Adora um desafio, finge que não sabe o que quer, mas traçou um plano de vida escrito a lápis (vai que dá alguma merda, e precisa apagar, né?).

O que ela fez com o plano? Jogou fora, junto com os cadernos rasgados.



Pois é.



Enfim, eu preciso desse blog para passar de ano ser avaliada na disciplina de Produção Publicitária em Meios Digitais, ministrada pelo Prof. Dr. Riverson Rios. Vamos lá ver como eu me saio nessa saga blogueira.



xox
Sandra Costa



Foto: Lab333.com