terça-feira, 26 de abril de 2016

Fichamento #6 - Facebook Marketing



Livro interessantíssimo para quem trabalha com táticas de marketing digital na rede social Facebook, o livro de Camila Porto é fundamentalmente didático. Além dos principais conceitos sobre analítica da referida rede social, a autora do livro traz considerações importantes sobre mensuração e acompanhamento da concorrência.

Como aumentar o engajamento

Para a autora, o fundamental para conseguir um bom nível de engajamento no Facebook é o planejamento de um bom conteúdo. Para isso, o marketeiro deve dar vários passos atrás: conhecer seu público, saber o que ele quer, onde, quando e quanto (de conteúdo) ele quer.

Muito mais do que ter público é ter um público de qualidade, ou seja, o seguidor de uma página do Facebook precisa, sobretudo, ser apaixonado pela causa. Ou seja, muito mais do que um seguidor, ele precisa ser um fã. Para isso, a autora dá algumas dicas:

1. Fazer posts curtos;
2. Utilizar recursos visuais (e audiovisuais - isso ela não diz, mas o novo trend nas mídias sociais são os conteúdos que se utilizam dos recursos de áudio e vídeo);
3. Faça perguntas ao seu público;
4. Conheça os hábitos do seu público em relação à rede social Facebook (que horas ele costuma acessar, que posts ele costuma curtir com mais frequência etc.)
5. Converse com seu público nos posts;
6. Segmente seus posts e seja RELEVANTE (já perdi a conta de quantas vezes eu ouvi essa palavra nos últimos meses...);
7. Crie uma agenda de conteúdo.

Transformando fãs em clientes

Não é só porque a empresa tem uma página bonitinha no Facebook que se pode dizer que os objetivos de marketing dela estão cumpridos. Não estão. Não até você conseguir tornar os seus seguidores em fãs, e os seus fãs em clientes. O Facebook, como qualquer outra mídia digital, tem o objetivo de veicular e ser um recurso de comunicação com o seu (potencial) cliente. Além disso, é uma ótima ferramenta de fidelização.

O Facebook, aliado a outras ferramentas de gerenciamento de tráfego, como o Google Analytics, é possível rastrear o caminho que o seu fã percorre quando sai da sua página do Facebook atrás de um conteúdo que você mesmo indicou.

Mensuração: métricas de desempenho

Camila Porto traz à luz o conceito de KPI, ou Key Performance Indicators. Por exemplo, engajamento e conversão são KPIs que são passíveis de mensuração. Essas chaves de performance são informações que devem ser definidas durante o planejamento, antes de se iniciar um projeto.




Referência:

PORTO, Camila. Facebook Marketing: engajamento para transformar fãs em clientes.
Disponível em: <http://www.quarteldigital.com.br/ebook/Ebook-Facebook-Marketing.pdf>.
Acesso em: 26/04/2016.

Fichamento #5 - Wikinomics




Referência:

TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Wikinomics: como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Cap. 1. Trad. Marcello Lino. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

terça-feira, 12 de abril de 2016

Fichamento #4 - A bíblia do marketing digital

Não poderíamos passar uma disciplina inteira sobre meios digitais sem entender um pouco sobre a história da Sra. Internet, não é mesmo? Pois bem, é o que o livro de Cláudio Torres nos traz. Bem, antes de começar a falar um pouco do livro, quero atingir bem fundo a sua auto-estima acadêmica revelando o gabarito do autor: graduação em engenharia pelo ITA, mestre em sistemas pela USP, pós-graduado em marketing pela universidade da Suécia. Amigo, se você tem dúvida sobre se o cara sabe do que está falando, então o seu caso é clínico.

Mas vamos lá: para falar sobre marketing digital, acredito que seja fundamental conhecermos o funcionamento da própria internet. Da onde ela veio, para onde ela se direciona veremos no Globo Repórter, sexta-feira, não há como traçar estratégias se não conhecemos esses movimentos.

Quem é a Sra. Internet?

O livro, escrito em 2009, traz a década de 1990 como o período de nascimento da rede. No entanto, algumas outras fontes, como o Webinsider ou até mesmo colaboradores do Wikipedia discordam desse registro. O que importa é que, independente da data de seu nascimento, a internet inaugurou uma nova era no mundo digital: a era em que os correios tiveram de repensar o que fazer com os postais de fim de ano. O e-mail, hoje substancialmente necessário, foi uma das criações iniciais da rede, e permitiu a comunicação imediata entre pares, Isso abriu uma nova ponte de transformação no mundo: a mudança de consumidor, e a maneira como eles pautam os negócios.

Muito mais importante do que a comunicação, o e-mail (e, posteriormente, as mídias sociais) possibilitou criar vínculos entre empresas e pessoas, e os consumidores passam a não serem mais vistos como números, mas, sim, como devem, como pessoas que são.

Ou seja, a internet, segundo Torres (2009, p. 24) possibilitou uma mudança de paradigma. Não há mais distinção entre informação, diversão e relacionamento, quando as pessoas podem (e desejam) encontrar tudo isso no mesmo lugar.

Os números da internet no Brasil - considerações

Torres (2009) traz um subcapítulo inteiro de estatísticas sobre a internet no país. No entanto, tendo o livro sido publicado há 7 anos atrás, prefiro apenas me restringir a comentar sobre os aspectos decorrentes dessas estatísticas. São estes:

- Custo: acessar a internet está cada vez mais democrático (ainda mais com o advento e ascensão do mobile, coisa que o livro não aborda nos três capítulos iniciais), no entanto ter acesso à uma conexão de qualidade ainda continua pesando no bolso do brasileiro;
- Uso: o internauta acessa a internet, basicamente, para informar-se, se divertir e se relacionar; o que aumenta com o tempo é a frequência de uso diária, ou seja, o tempo que se dispensa acessando a internet;
- Comportamento: o internauta é cada vez mais multifacetado, tem vários aplicativos diferentes abertos ao mesmo tempo, várias "guias" de internet abertas e atualizando-se ao mesmo tempo, ou seja, prender a atenção dele está cada vez mais difícil. O autor dá algumas dicas: tratar o consumidor como "gente", permitir que ele se comunique, optar por uma comunicação simples, e estar onde o seu potencial cliente está (próximo tópico em negrito);
- Regulamentação: no Brasil, assim como no resto do mundo, o uso da internet foi crescendo por conveniência, no entanto, sem qualquer regulamentação. Apesar da evolução de algumas leis do mundo "real" (como a legislação criminal) estar sendo estendida para o virtual, ainda não atende a algumas especificidades do digital. Isso afeta a forma como as empresas se apropriam da experiência de navegação do usuário.

O ambiente da internet

Basicamente, o que o autor foca neste capítulo é conhecer o ambiente onde o internauta passeia. Ou seja, para ser (re)conhecido, você tem de estar onde o internauta está.

- Ferramentas de busca: para Torres (2009, p. 39) é o princípio da navegação; esse é um meio que deve ser pensado quando, ao pensar no internauta, você crê que ele vá em busca de algo novo, fora daquilo que ele conhece ou já está acostumado;
- Portais, sites e hotsites;
- Redes sociais, fóruns e blogs;
- Ferramentas de comunicação: cada vez mais em voga e mais em uso, principalmente por conta do custo da internet. Ou seja, poder realizar tarefas e comunicar-se gratuitamente através da internet;
- Mundos virtuais e jogos on-line.

A linguagem de internet

Muito didático, Cláudio Torres dedica um capítulo inteiro a explicar os termos de internet. Um excelente guia para leigos, que desconhecem termos como widget, e-commerce, crowdsourcing etc. Não irei especificar cada termo pois acredito não ser de essência crítica para um fichamento acadêmico. Afinal, todos essas palavras têm significados facilmente encontrados em diversas páginas buscadas no Google.

Marketing digital

Torres (2009) começa a segunda parte do segundo capítulo do livro inserindo uma visão mais ampla do marketing na esfera digital. Primeiramente, ele discute a perspectiva do consumidor e como devemos enxergá-lo. O autor comenta que

"A grande diferença é que alguns comportamentos e desejos estavam
adormecidos ou reprimidos em função das restrições da comunicação
em massa e da pressão da sociedade moderna sobre o indivíduo (...) [a] 
Internet, de fato, fez foi abrir de novo as portas para a individualidade e para
o coletivo, sem a mediação de nenhum grupo de interesse."

Para o autor, é fundamental conhecermos o comportamento do consumidor online, e que uma visão orientada para esse comportamento considera que as pessoas estão presentes na internet para interagir de quatro maneiras: informação, comunicação, diversão e relacionamento.


Para o autor, o marketing digital completo deve ser composto pelas ações estratégicas abaixo descritas. E, ainda para Torres (2009, p. 72), todas essas ações devem andar juntas (a tal da convergência midiática). Assim, cada ação estratégica deve ser desmiuçada em ações táticas e operacionais, que atuem de forma coordenada e interdependente, criando sinergia e gerando resultados. São essas as ações estratéicas:

- Marketing de conteúdo: o conteúdo dentro de um site é a primeira e mais importante forma de comunicação com o consumidor conectado;
- Marketing das mídias sociais: as mídias sociais são sites na Internet construídos para permitir a criação colaborativa de conteúdo, a interação social e o compartilhamento de informações em diversos formatos;
- E-mail marketing;
- Marketing viral;
- Pesquisa online;
- Publicidade online;
- Monitoramento.

Marketing de conteúdo (a importância do texto na internet)

Para que a forma da sua empresa se comunicar com seu cliente seja mais interessante, e gere resultados, é imprescindível que você crie um conteúdo relevante para ele. Aliás, relevância é apenas o primeiro aspecto que Torres (2009) cita como fundamental para criar relacionamentos com o consumidor online. Para que isso aconteça, é preciso que:

- Haja conteúdo relevante (e que o volume, qualidade e utilidade sejam adequados ao público): para o autor, criar um acervo de conteúdo interessante + capital social referente às interações com o público torna uma empresa, de fato, valorosa. A criação deve considerar apelar para um conteúdo genuíno, e isento de interferência comercial.
- Planejamento do conteúdo: questões como quem é o público-alvo; o que se pretende com ele; como ele se comporta; qual informação ele busca; que conteúdo produzir para ele; como produzir esse conteúdo;



Referência:

TORRES, Claudio. A bíblia do marketing digital. São Paulo: Novatec Editora, 2009.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Fichamento #3 - Free - O futuro dos preços

Tendo recentemente escrito um projeto de pesquisa sobre o consumo colaborativo, e estando cada vez mais interessada neste tema, eis que cai nas minhas graças o prólogo e o primeiro capítulo desse livro interessantíssimo (e com quem tenho muito a "conversar"), chamado Free: o futuro dos preços, de Chris Anderson. O autor de A Cauda Longa (já falei sobre esse livro aqui) traz uma abordagem contemporânea sobre o consumo, baseado na atratividade pela gratuidade.

O autor dá início às suas considerações trazendo alguns conceitos apresentados em A Cauda Longa: a questão da distribuição ilimitada propiciada pelo mercado digital e a tendência descendente dos custos marginais desta distribuição. Essa nova forma de estocagem foi responsável pelo nascimento de uma nova cultura de consumo: diversificada, dinâmica, avessa às tendências midiáticas de massa. O que, segundo Anderson, nos força a repensar o comportamento humano relativo aos incentivos econômicos.

Para o Anderson (2009, p. 10), "uma das ferramentas de marketing mais poderosas do século XX: dar uma coisa para criar demanda por outra." É o que eu chamo de "consumo descartável", um consumo de isca. Até o momento, nada novo. Várias marcas fazem isso, inclusive o autor cita no livro cases como o da própria Gillette e da Jell-O. O que faz a diferença é o que ainda está por vir, porque isso muda no século XXI.

A nova forma do grátis, segundo o autor, não é mais uma isca; é um truque de transferência de recursos, "de um bolso para outro", como já diria o próprio. É impulsionado por uma extraordinária nova capacidade de reduzir os custos dos bens e serviços a quase zero. Ou seja, é um modelo econômico novo.

(É triste lembrar o fato de que poucas pessoas saibam a diferença entre custo e preço, mas a internet está aí para isso!)



Referência:

ANDERSON, Chris. Free: Grátis: o futuro dos preços. Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 2009, 6ª edição 269 p.


Foto: Jimmy Marble