Tendo recentemente escrito um projeto de pesquisa sobre o consumo colaborativo, e estando cada vez mais interessada neste tema, eis que cai nas minhas graças o prólogo e o primeiro capítulo desse livro interessantíssimo (e com quem tenho muito a "conversar"), chamado Free: o futuro dos preços, de Chris Anderson. O autor de A Cauda Longa (já falei sobre esse livro aqui) traz uma abordagem contemporânea sobre o consumo, baseado na atratividade pela gratuidade.
O autor dá início às suas considerações trazendo alguns conceitos apresentados em A Cauda Longa: a questão da distribuição ilimitada propiciada pelo mercado digital e a tendência descendente dos custos marginais desta distribuição. Essa nova forma de estocagem foi responsável pelo nascimento de uma nova cultura de consumo: diversificada, dinâmica, avessa às tendências midiáticas de massa. O que, segundo Anderson, nos força a repensar o comportamento humano relativo aos incentivos econômicos.
Para o Anderson (2009, p. 10), "uma das ferramentas de marketing mais poderosas do século XX: dar uma coisa para criar demanda por outra." É o que eu chamo de "consumo descartável", um consumo de isca. Até o momento, nada novo. Várias marcas fazem isso, inclusive o autor cita no livro cases como o da própria Gillette e da Jell-O. O que faz a diferença é o que ainda está por vir, porque isso muda no século XXI.
A nova forma do grátis, segundo o autor, não é mais uma isca; é um truque de transferência de recursos, "de um bolso para outro", como já diria o próprio. É impulsionado por uma extraordinária nova capacidade de reduzir os custos dos bens e serviços a quase zero. Ou seja, é um modelo econômico novo.
(É triste lembrar o fato de que poucas pessoas saibam a diferença entre custo e preço, mas a internet está aí para isso!)
Referência:
ANDERSON, Chris. Free: Grátis: o futuro dos preços. Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 2009, 6ª edição 269 p.
Foto: Jimmy Marble
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